Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria do Céu. (Catecismo Igreja Católica 1030 ) "Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar" (Jo 9,4).
Com essas palavras, o Salvador nos ensina que apenas enquanto vivemos podemos acumular méritos, e que além do túmulo não podemos fazer nada para merecer a vida eterna.
Nem toda alma que sai deste mundo com a graça santificante possui a perfeição que o Senhor exige: "Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48). Muitos morrem tendo apenas uma orientação para Deus, mas ainda portadores de inclinações desregradas e resquícios dos pecados.
Nesse caso, Deus, por Sua infinita misericórdia, nos dá a possibilidade de nos purificarmos. Desta possibilidade fala Jesus, quando adverte contra o pecado que "não alcançará perdão nem neste século, nem no século vindouro" (Mt 12,32), ou quando fala da prisão, da qual "não sairá antes de ter pago o último centavo" (Mt 5,26).
Como ajudar as almas?
Oração:
É o meio mais fácil, acessível a todos, sem exigência de lugar ou horário. Mesmo durante nosso trabalho, nada impede que elevemos nosso pensamento a Deus e façamos uma breve oração pelos mortos.
Esmola: A esmola, dada na intenção das almas, beneficia três pessoas: o necessitado que a recebe, a pessoa que a dá, e as almas em cuja intenção se dá.
Mortificação:
Pequenas renúncias, como: privar-se de uma sobremesa, reter um olhar inútil de curiosidade, evitar uma palavra desnecessária, ter paciência com uma pessoa inoportuna, suportar o frio ou calor sem reclamar, etc.
Indulgências:
Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa (perdão alcançado quando o fiel, nas devidas disposições de contrição, recorre ao Sacramento da Confissão).
A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados. Qualquer fiel pode lucrar indulgências parciais ou plenárias para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio.
Vejamos como é simples:
Muitas devoções nos alcançam indulgências parciais , como por exemplo a jaculatória: "Jesus, Maria e José eu Vos amo, salvai almas!".
Além disso, há três situações em que recebemos indulgência parcial:
1. Quando, no cumprimento de nossos deveres e na tolerância das aflições da vida, erguemos o espírito a Deus com humilde confiança, acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo que só em pensamento.
2. Quando, levados pelo espírito de fé, com coração misericordioso, dispomos de nós mesmos e de nossos bens no serviço dos irmãos que sofrem falta do necessário.
3. Quando nos abstemos de coisa lícita e agradável, em espírito espontâneo de penitência.
Outras práticas:
(só se ganha uma indulgência plenária por dia):
- Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos meia hora
- Leitura espiritual da Sagrada Escritura por meia hora.
- Piedoso exercício da Via Sacra.
- Recitação do rosário de Nossa Senhora na igreja, oratório, na família, na comunidade religiosa, ou em associação piedosa com outras pessoas.
- Há também indulgências aplicáveis somente aos defuntos, que se conseguem na primeira semana de novembro, que é o mês das Almas.
Santa Missa:
É a ação mais preciosa da Igreja. Ela é, substancialmente o mesmo sacrifício da Cruz, diferente apenas no modo da oferta, que é incruenta.
O valor da missa é, em si mesmo, infinito, porém seus efeitos são aplicados a nós na medida de nossas disposições internas.
Quanto às penas temporais que devem ser expiadas após o perdão dos pecados, são perdoados por virtude da santa missa, ao menos parcialmente, se não totalmente: a Santa Missa abre os tesouros da Divina Misericórdia em favor dos pecadores.
FONTE:CIC