Meu sonho, meu encanto, meu talismã.
As pescarias no arroio Saraguá
Onde passava tantos domingos como piá
Bem me lembro do meu tempo de guri
Quando pescava muito lambari
Destas tardes lindas nunca esqueci
Hoje ancião setuagenário
Bem ligado na vida, nada otário.
Lembro-me deste piscoso aquário
Como era claro e puro o Saraquá!!
Onde tantas tardes fui pescar
Nos meus lindos tempos de piá
Tuas águas límpidas sorriam
Cantantes velozes corriam
Lá os lambaris se escondiam
Tenho saudades do Saraquá
Onde aos domingos ia pescar
Nos meus lindos tempos de piá
Hoje tuas matas estão destruídas
A poluição matou as vidas
Choras de angústias incontidas
Eu me lembro daquele Saraquá
Em cujas águas límpidas ia pescar
Nos meus lindos tempos de piá
O Saraquá corre ao Taquari
Onde cedo também descobri
Pescar com o papai Lambari
Mas meu pai me ensinou pescar
Também pintado e jundiá
Peixe que não tinha no Saraquá
Saudades do tempo de guri
Quando ia pescar no Taquari
Esses tempos jamais esqueci
Pescando agora no Saraquá
Embaixo das pedras estão os jundiás
Que aprendi a pescar com o piá
Rezo sempre a nosso Senhor
Que está geração de computador
Contra a natureza não se dispor
A voz da natureza ecoa
Só ela humaniza a humana pessoa
O amor tudo cria e povoa
Padre Álvaro
Santa Cruz do Sul, maio de 2010.