O SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS ( 2ª Parte )

 

AO TERCEIRO DIA RESSUSCITOU DOS MORTOS -

1. Estas palavras “ao terceiro dia ressuscitou dos mortos” significam que Jesus Cristo, ao terceiro dia após a sua morte, reuniu a sua alma ao seu corpo pela sua onipotência e saiu do túmulo vivo e glorioso.

2. O corpo de Nosso Senhor esteve no túmulo durante três dias no todo ou em parte, a saber: uma parte da Sexta-Feira, todo o Sábado, e uma parte do Domingo.

3. Torna-se preciso saber que Jesus Cristo não quis retardar a sua Ressurreição até o fim do mundo, afim de dar uma prova da sua divindade; mas não quis também ressuscitar imediatamente depois da sua morte, mas só três dias depois, para dar a conhecer que era verdadeiro Homem e que morrera com efeito. Aquele lapso de tempo era suficiente para provar a verdade da sua morte.

 

Aparições

4. Sabemos que Jesus Cristo ressuscitou pelo testemunho dos Apóstolos e dos discípulos a quem Ele se mostrou muitas vezes depois da Ressurreição.

5. No dia da Ressurreição, Jesus Cristo mostrou-se aos Apóstolos reunidos no cenáculo e deu-lhes o poder de perdoar os pecados.

6. Algum tempo depois, Jesus Cristo mostrou-se a muitos Apóstolos que estavam pescando no mar de Galiléia. Foi nesta aparição que o Redentor elevou São Pedro à dignidade de pastor supremo da Igreja.

7. Antes de subir ao Céu, Jesus Cristo mostrou-se ainda uma vez aos Apóstolos, ordenando-lhes que pregassem o Evangelho a todas as nações.

8. Devemos acreditar no testemunho dos Apóstolos em favor da Ressurreição de Jesus, porque estes deram a vida para testar que tinham visto Jesus Cristo ressuscitado. Não podiam ser impostores os homens que se deixavam matar para confirmação do seu testemunho.

 

Qualidades dos corpos ressuscitados

9. O corpo de Jesus Cristo ressuscitado tinha todas as qualidades dos corpos gloriosos, a saber: impassibilidade, esplendor, agilidade e subtileza.

10. Por “impassibilidade” entendo que o corpo de Jesus Cristo não podia sofrer nem morrer.

11. Por “esplendor” entendo que o corpo de Nosso Senhor era brilhante como o sol; Jesus porém não quis aparecer assim antes da sua Ascenção.

12. Por “agilidade” entendo que o corpo de Jesus Cristo ser podia transportar a grandes distâncias, até da Terra ao Céu, com a rapidez do relâmpago.

13. Por “subtileza” entendo que o corpo de Jesus Cristo podia atravessar sem dificuldade os corpos mais rijos. Foi assim que Ele saiu do túmulo sem remover a pedra que tapava a entrada.

14. Reunindo a sua alma ao seu corpo Jesus Cristo fez desaparecer a maior parte das chagas que recebera durante a paixão. Apenas conservou as das mãos, dos pés e do lado.

15. E conservou-as: 1º para as mostrar aos Apóstolos em testemunho da sua Ressurreição; 2º para as apresentar a seu Pai intercedendo por nós; 3º para confundir os pecadores no dia do Juízo, fazendo-lhes ver que tanto sofreu por eles como pelos justos.

16. Foi necessário que Jesus ressuscitasse, a fim de fazer brilhar a justiça de Deus, pois era um ato absolutamente digno da sua justiça elevar Aquele que, para Lhe obedecer, fora desprezado e coberto dos maiores opróbios. São Paulo refere esta razão na sua epístola aos Filipenses: “Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte e morte na Cruz, pelo que Deus também o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.” (Fil. II, 7-9)

Explicação da gravura

17. A gravura representa a “Ressurreição do Salvador”. As numerosas mulheres que vemos à esquerda vinham com o fim de embalsamar o corpo de Jesus, quando de repente se sentiu um grande tremor de terra. Um anjo veio arredar a pedra do sepulcro e sentou-se nele. Os guardas, tomados de assombro, ficaram como mortos. Quando entraram no santo Sepulcro as santas mulheres ficaram cheias de temor ao verem o anjo. Mas ele lhes disse: «Não temais; buscais Jesus de Nazaré que foi crucificado. Não está aqui; vede o lugar onde o tinham posto.»

 

SUBIU AOS CÉUS

1. Estas palavras “Subiu aos Céus” significam que Jesus Cristo se elevou ao Céu pelo seu próprio poder e em presença de um grande número de discípulos, no quadragésimo dia depois da sua Ressurreição.

2. Jesus Cristo subiu ao Céu no dia da Ascensão.

3. Antes da Ascensão, Jesus Cristo estava no Céu como Deus, não como homem. Depois da Ascensão está no Céu como Deus e como homem.

4. Nosso Senhor subiu ao Céu: 1º para tomar posse da glória que lhe era devida; 2º para nos preparar aí um lugar; 3º para interceder por nós junto do seu Pai; 4º para nos enviar o Espírito Santo.

5. A Ascensão de Nosso Senhor é contada assim: “No meu primeiro livro, ó Teófilo, falei de todas as coisas que Jesus fez e ensinou, desde o princípio até ao dia em que, tendo dado as duas instruções por meio do Espírito Santo aos Apóstolos que tinha escolhidos, subiu aos Céus. Aos quais também se manifestou vivo depois da Sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Estando a mesa com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai «que ouvistes – disse Ele – da minha boca; porque João, na verdade, batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias». Então, os que se tinham congregado, interrogavam-n’O: «Senhor, porventura, chegou o tempo em que vais restaurar o reino de Israel?» Ele disse-lhes: «Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai reservou ao seu poder; mas recebereis a virtude do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia na Samaria e até aos confins do mundo». E tendo dito isto, elevou-se a vista deles e uma nuvem O ocultou aos seus olhos. Como estivessem olhando para o Céu quando Ele ia subindo, eis que se apresentaram junto deles dois personagens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galiléia, porque estais aí parados olhando para o Céu? Esse Jesus que, separando-Se de vós, subiu ao Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».” (Actos I, 1-11)

6. Jesus Cristo subiu ao Céu por sua própria virtude, sem ser arrebatado por qualquer força estranha, como aconteceu a Elias, por exemplo, que para lá, foi transportado num carro de fogo, ou como o profeta Habacuc ou ainda o diácono Filipe que, sustentados nos ares pela força divina, assim percorreram consideráveis distâncias.

7. Jesus Cristo subiu ao Céu não somente por efeito desta virtude onipotente que lhe dava a Sua divindade, mas ainda pela que possuía como homem.

8. Semelhante prodígio ultrapassava as forças da natureza humana, mas esta virtude de que era dotada a alma bem-aventurada do salvador podia transportar o Seu corpo para onde Ele quisesse. Por outro lado, o corpo assim em estado de glória, obedecia facilmente às ordens da alma quando esta lhe imprimia o movimento.

9. Os outros artigos do símbolo que se aplicam a Nosso Senhor mostram-nos a Sua humildade e as Suas prodigiosas humilhações. Nada se pode imaginar, com efeito, de mais baixo e abjeto para o Filho de Deus que haver tomado a nossa natureza com todas as suas fraquezas, e ter querido sofrer e morrer por nós. Mas ao mesmo tempo, ao proclamar no artigo procedente que Ele ressuscitou dos mortos, e neste artigo que subiu ao Céu e está sentado à direita de Deus Pai, nada mais admirável e magnífico podemos dizer para celebrar a Sua glória e a Sua majestade divina.

Explicação da gravura

10. A gravura representa a Ascensão de Jesus Cristo sobre o monte das Oliveiras. Esta montanha tem três cumes, e foi do cume central que Nosso Senhor subiu ao Céu na presença das santas mulheres e dos Seus discípulos, e deixando, diz-se, o sinal do Seu pé esquerdo gravado na rocha.

11. Quando Jesus Cristo desaparecia na nuvem luminosa aos olhos dos seus discípulos, três anjos lhes surgiram, dizendo: «Homens da Galiléia, porque estais aí parados olhando para o Céu? Esse Jesus que, separando-Se de vós, subiu ao Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu». (Atos I, 1-11).

 

 

     ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI TODO PODEROSO


1. O símbolo diz-nos que Jesus Cristo “está sentado”, para dar-nos a entender que Ele descansa e goza no Céu duma felicidade que não terá fim.

2. Jesus está sentado no Céu como um rei no seu trono e como um juiz no seu tribunal. Nesta dupla qualidade exerce o poder legislativo e judicial de que falava, quando se exprimia assim antes de deixar o mundo: «Todo o poder me foi dado no Céu e sobre a terra.»

3. Acrescenta o símbolo que Jesus Cristo está sentado à “direita de Deus Pai”. Não quer isso dizer que Deus tenha mão esquerda e mão direita. Como o lugar de honra é à direita, estas palavras significam que Jesus Cristo, igual ao seu Pai como Deus,  está acima de todas as criaturas como homem.

4. Embora devamos a nossa salvação e redenção à paixão de Jesus Cristo, cujos merecimentos abriram aos justos as portas do Céu, contudo é preciso não ver na Ascensão apenas um modelo posto diante dos nossos olhos para nos ensinar a elevar os pensamentos e a subir ao Céu em espírito. A Ascensão comunica-nos também uma força divina para atingir este fim: sublima os merecimentos da nossa Fé, purifica a nossa esperança, e aponta-nos o Céu ao amor do nosso coração.

5. A Ascensão sublima os merecimentos da nossa Fé, porque a Fé tem por objeto as coisas que se não vêem e que estão acima da razão e da inteligência dos homens. Logo, se Nosso Senhor não nos tivesse deixado, a nossa Fé perderia o seu merecimento, pois que o próprio Jesus Cristo proclamou felizes aqueles que creram sem ter visto.

6. E é muito apropriado a fortificar a esperança nos nossos corações. Crendo que Jesus Cristo, como homem, subiu ao Céu, e que tomou a natureza humana à direita do seu Pai, temos um motivo forte para esperar que nós, que somos seus membros, também um dia subiremos ao Céu para nos reunirmos ao nosso Chefe, sobretudo depois que o mesmo Senhor nos assegurou essa união nos seguintes termos: «Pai, quero que, onde Eu estou, estejam também comigo aqueles que Me deste, para que contemplem a Minha glória.» (Jo. XVII, 24)

7. Uma das maiores vantagens que esta nos concede ainda é apontar-nos o Céu ao amor do nosso coração, e tê-lo inflamado com as chamas do Espírito divino. Tem-se dito com toda a verdade que onde está o nosso tesouro ai está o nosso coração. Sem dúvida, pois que, se Jesus continuasse permanecendo conosco, limitaríamos todos os nossos pensamentos a conhecê-lo de vista e a gozar do seu trato; só veríamos n’Ele o homem que nos encheu de benefícios, sentindo por Ele apenas uma espécie de afeto muito natural.

8. Subindo ao Céu, Jesus Cristo espiritualizou o nosso amor, e como, por via da sua ausência, só pelo pensamento o podemos atingir, achando-nos por isso mesmo facilmente dispostos a adorá-LO e a amá-LO como Deus. É o que por um lado nos ensina o exemplo dos Apóstolos. Enquanto o Salvador permaneceu com eles, pareciam consagrar-lhe sentimentos apenas humanos. E por outro lado é o que nos confirma o próprio testemunho de Nosso Senhor quando diz: «É bom para vós que Eu me vá».Com efeito, esse amor imperfeito com que o amavam os Apóstolos enquanto o tinham junto de si, necessitava de ser aperfeiçoado pelo amor divino, isto é, pela descida do Espírito Santo. E por isso acrescentou logo: «Se eu me não vou, o Paráclito não descerá sobre vós».

9. A Ascensão foi o início duma nova expansão para a Igreja, esta verdadeira casa de Jesus Cristo, cuja direção e governo iam ser confiados à virtude do Espírito Santo. Até então e para O representar junto dos homens, Jesus colocara Pedro à frente da Igreja como seu primeiro pastor e supremo sacerdote. Daí em diante, e além dos doze, Jesus não cessou de escolher outros a uns dos quais fez Apóstolos, outros profetas, outros evangelistas, outros pastores e doutores, continuando, do lugar onde está sentado à direita de Deus Pai, a distribuir a cada qual os dons que lhe convêm, porque o Apóstolo nos afirma que a Graça é dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Jesus Cristo.

 

Explicação da gravura

10. A gravura representa Jesus sentado à direita de Deus Pai. Cercam-n’O os Anjos e os santos.  

 

DONDE HÁ-DE VIR PARA JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS

1. Ensinam-nos estas palavras “donde há de vir a julgar os vivos e os mortos” que Jesus Cristo virá no fim do mundo com toda a majestade e de um modo visível, julgar todos os homens e dar a cada um segundo as suas obras.

2. Pela expressão “vivos”, entendo: 1º os bons ou os justos; 2º aqueles que estiverem ainda com vida quando aparecer Jesus Cristo, mas que morrerão e ressuscitarão num instante.

3. Por “mortos” entendo: 1º os maus ou condenados; 2º os que tiverem morrido desde o princípio do mundo, mas que ressuscitarão afim de serem julgados.

4. Seremos julgados pelo bem ou pelo mal que tivermos praticado por pensamentos, palavras, ações e omissões. Este julgamento será tão rigoroso que Jesus Cristo declara no Evangelho que teremos de dar conta de todas as palavras ociosas, isto é, de todas as palavras inúteis ou para nós ou para o nosso próximo.

5. Sabemos que o Juízo Final se realizará quando acabar o mundo, mas ignoramos quando o mundo deixará de existir. Deus não no-lo quis revelar para estarmos sempre preparados.

6. Anunciarão a chegada próxima do Supremo Juiz muitos sinais de que nos fala o Evangelho: Escurecerá o sol, a lua deixará de dar claridade, cairão as estrelas do Céu, haverá tremores de terra e as ondas do mar farão ouvir um ruído horrível.

7. São Marcos narra-o nos seguintes termos: “Naqueles dias haverá tribulações como não houve desde o princípio do mundo que Deus criou, até agora, nem haverá mais. E se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma pessoa se salvaria; mas Ele os abreviou em atenção aos eleitos que escolheu. Então se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ou, ei-l’O acolá, não lhe deis crédito; porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, e farão prodígios e milagres para enganarem, se fosse possível, até os escolhidos. Estai, pois, de sobreaviso; eis que Eu vos predisse tudo. Naqueles dias, depois daquela tribulação, o sol escurecer-se-á e a lua não dará o seu claridade, e as estrelas cairão do céu e as potestades que estão nos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. E enviará os Seus anjos e juntará os Seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até à extremidade do Céu. Ouvi uma comparação tirada da figueira; quando os seus ramos estão perto o Verão; assim também quando virdes acontecer estas coisas sabei que ele está perto, às portas. Na verdade  vos digo que não passará esta geração sem que se cumpram todas estas coisas. Passarão o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão de passar. A respeito porém desse dia ou dessa hora, ninguém sabe, nem os anjos nos Céus, nem o Filho, mas só o Pai. Estai de sobreaviso, vigiai e orai, porque não sabeis quando será o momento. Será como um homem que, empreendendo uma viagem, deixou a sua casa e delegou a autoridade aos seus servos, indicando a cada um a sua tarefa, e ordenou ao porteiro que estivesse vigilante. Vigiai, pois,  visto que não sabeis quando virá o senhor da casa, se de tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo de repente, não vos encontre a dormir. O que vos digo a vós digo-o a todos: «Vigiai!»” (Marcos XIII, 19-31)

8. Além do Juízo Final, há o Juízo particular, que acontece logo quando morremos. No Juízo particular a alma comparece sozinha diante apenas de Deus; no Juízo Final a alma reunida ao corpo será julgada diante de todos os homens.

9. O Juízo Final não modificará a sentença proferida no Juízo particular, mas servirá para fazer brilhar diante de todos a justiça de Deus, a divindade de Jesus Cristo, a glória dos bons, a confusão dos maus.

 

Explicação da gravura

10. Representa a gravura o Juízo Final. Jesus está sentado sobre nuvens, cercado pelos anjos e santos, precedido da Cruz. A Virgem está à sua direita, e Jesus diz aos eleitos: «Vinde, benditos de meu Pai, possuir o reino que vos tinha preparado desde a criação do mundo.» (Mat.XXV, 34)

11. O anjo vingador está à esquerda, arremessando os condenados para o Inferno, depois do Supremo Juiz lhes ter feito ouvir a terrível sentença: «Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o demônio e os seus anjos.» (Mat. XXV, 41)

 

 

CREIO NO ESPÍRITO SANTO

1. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho.

2. O Espírito Santo é Deus; a Igreja definiu esta verdade, dizendo nos seus símbolos que o Espírito Santo deve ser adorado conjuntamente com o Pai e o Filho.

3. A mesma verdade nos ensina também a Sagrada Escritura, que dá ao Espírito Santo o nome de Deus. Quando São Pedro repreendeu Ananias e Safira por terem mentido ao Espírito Santo, exprimiu-se nestes termos: «Não mentiste a homens, mas a Deus». (Atos, V,1-11)

4. As seguintes palavras de Nosso Senhor ensinam-nos que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho: «Quando vier o Consolador, esse Espírito de verdade que procede do Pai, e que eu vos enviarei da parte de meu Pai, Ele dará testemunho de mim».

5. O Espírito Santo é pois igual em tudo ao Pai e ao Filho; é como eles todo poderoso, eterno, de uma perfeição, grandeza e sabedoria infinitas.

6. Chama-se ordinariamente ao Espírito Santo: 1º Dom de Deus, porque é o dom mais precioso que Deus tem concedido aos homens; 2º Consolador, porque nos consola em nossas aflições; 3º Espírito de oração, porque nos ajuda a orar.

7. Chama-se “Santo”, porque é santo por sua natureza e porque é Ele que nos santifica.

8. A santidade do Espírito Santo difere da santidade dos santos que nós honramos com o nosso culto: 1º o Espírito Santo é santo por si mesmo e por sua natureza, enquanto os santos se tornaram tais pela Graça de Deus; 2º o Espírito Santo é infinitamente santo, enquanto os santos apenas o são em certo grau.

9. O Espírito Santo desceu muitas vezes sobre a terra de um modo visível. Desceu em forma de pomba sobre Nosso Senhor Jesus Cristo no dia de seu Batismo e sobre os Apóstolos e discípulos em forma de línguas de fogo no dia de Pentecostes.

10. “No dia de Pentecostes, diz a Sagrada Escritura, de repente, veio do Céu um estrondo, como o de vento que sopra impetuoso, que encheu toda a casa onde estavam os Apóstolos. E apareceram-lhes repartidas umas como línguas de fogo, das quais pousou uma sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar várias línguas” (Atos II, 1-4).

11. Depois de terem recebido o Espírito Santo, os Apóstolos foram pregar o Evangelho a todas as nações.

12. Antes da pregação dos Apóstolos, todos os povos da terra, à exceção dos Judeus, adoravam criaturas.

13. Da pregação dos Apóstolos resultou a conversão duma multidão imensa de Judeus e pagãos, que abraçaram a religião cristã.

14. A religião cristã não se estabeleceu sem obstáculos; foi combatida durante trezentos anos, e milhões de cristãos sofreram toda a espécie de torturas e a própria morte em nome de Jesus Cristo.

15. A destruição das falsas religiões, na maior parte do mundo conhecido, foi o maior milagre que o Espírito Santo operou por meio dos Apóstolos, bastando por si só para provar a divindade do cristianismo.

16. O Espírito Santo também se nos manifesta de modo invisível pelas graças que derrama nas nossas almas a fim de as santificar.

17. O Espírito Santo habita em nós, quando nos achamos em estado de Graça; por isso São Paulo diz que somos templos do Espírito Santo.

18. O Espírito Santo governa a Igreja, dando-lhe força para resistir aos seus inimigos e preservando-a de qualquer erro no seu ensino.

19. O Espírito Santo dá ainda à Igreja todas as graças e todos os dons necessários à sua conservação, como o dom dos milagres e o dom de profecia.

20. Devemos orar muitas vezes ao Espírito Santo porque, sem o seu auxílio, nada podemos fazer de útil para a nossa salvação.

21. Devemos evitar afastar o Espírito Santo da nossa alma pelo pecado mortal, e contristá-lo pelo pecado venial.

Explicação da gravura

22. Esta gravura representa o Cenáculo onde os Apóstolos e discípulos se reuniram depois da Ascensão do Senhor, aguardando a descida do Espírito Santo e orando em companhia da Santíssima Virgem e de muitas santas mulheres

 

 

 

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