SÃO JOSÉ NA IGREJA CATÓLICA

SÃO JOSÉ É O PATRONO DA IGREJA
O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica.
Este mesmo Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
\'Assim como Deus constituira o antigo José, filho do antigo patriarca Jacó, para presidir em toda a terra do Egito, a fim de conservar o trigo para os povos; assim, chegada a plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Unigênito Filho para redenção do mundo, escolheu outro José, de quem o primeiro era figura; constituiu-o Senhor e Príncipe de sua casa e de sua possessão, e elegeu-o custódio de seus principais tesouros.
José teve, de fato, por esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual por virtude do Espírito Santo, nasceu Nosso Senhor Jesus Cristo, que, junto aos homens, se dignou ser julgado filho de José, e lhe foi submisso.
E José, não só viu Aquele que tantos reis e profetas desejaram ver, mas conversou com Ele, estreitou-O ao peito com paternal afeto, beijou-O; e, além disso, com extremoso cuidado, alimentou Aquele que devia ser nutrição espiritual e alimento de vida eterna para o povo fiel.
Por esta excelsa dignidade, concedida por Deus a seu fidelíssimo Servo, a Igreja, após a Virgem Santíssima, sua Esposa, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Beatíssimo José, e nas angústias lhe implorou a intercessão.
Ora, estando a Igreja, nestes tristíssimos tempos, perseguida em toda parte por inimigos e opressa por tão graves calamidades, a ponto de julgarem os ímpios que as portas do abismo prevaleceram contra Ela, os Bispos de todo o mundo católico, em seu nome e no dos fiéis confiados a seus cuidados, rogaram ao Sumo Pontífice que se dignasse constituir São José Padroeiro da Igreja Católica.
Tendo pois eles, no Sagrado Concílio Ecumênico Vaticano I, renovado com maior insistência os mesmos pedidos e desejos, o Santo Padre Pio IX, comovido com a presente e lutuosa condição dos tempos, querendo de modo especial colocar-se a si mesmo e aos fiéis sob o poderosíssimo Patrocínio do Santo Patriarca José e satisfazer os desejos dos Bispos, declarou-o solenemente Padroeiro da Igreja Católica. Elevou a sua festa, que caí a 19 de março a rito duplo de primeira classe.
E, além disso, ordenou que esta declaração, feita com o presente decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, fosse publicado no dia consagrado ? Imaculada Virgem Mãe de Deus, Esposa do castíssimo José\'.

SÃO JOSÉ NOS TEMPOS DIFÍCEIS PARA A IGREJA
Eram, como sempre, tempos difíceis para a Igreja.
O Papa convocara o Concílio Vaticano I para enfrentar o brado da Revolução Francesa (1789) contra a fé, no endeusamento da razão e do nacionalismo. O século XIX começou marcado pelo materialismo racionalista e pelo ateísmo, fora da Igreja; dentro dela as tendências conciliaristas e de separatismo, que enfraqueciam a autoridade do Papa e a unidade da Igreja. Mais uma vez a Barca de Pedro era ameaçada pelas ondas do século.
Então a Igreja recomendou-se ao \'Pai\' terreno do Senhor. Aquele que cuidara tão bem da Cabeça da Igreja, ainda Menino, cuidaria também de todo o seu Corpo Místico.
Trinta anos depois, o Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899, assinava a Encíclica \'Quanquam Pluries\' sobre São José, nos tempos difíceis da virada do século.
Ouçamos o Papa:
\'Nos tempos calamitosos, especialmente quando o poder das trevas parece tudo usar em prejuízo da cristandade, a Igreja costuma sempre invocar súplice a Deus, autor e vingador seu, com maior fervor e perseverança, interpondo também a mediação do Santo, em cujo patrocínio mais confia para encontrar socorro, entre os quais se acha em primeiro lugar a Augusta Virgem Mãe de Deus\'.

\'Ora, bem sabeis Veneráveis Irmãos que os tempos presentes não são menos desastrosos do que tantos outros, e tristíssimos, atravessados pela cristandade. De fato, vemos perecer em muitos o princípio de todas as virtudes cristãs, de fé, extinguir-se a caridade, depravar-se nas idéias e costumes a nova geração, perfeitamente hostilizar-se por toda a parte a Igreja de Jesus Cristo, atacar-se atrozmente o Pontificado, e com audácia cada vez mais imprudente arrancarem - se os próprios fundamentos da religião\'.

\'Nós propomos... para tornar Deus mais favorável às nossas preces e para que Ele, recebendo as súplicas de mais intercessores, dê mais pronto e amplo socorro à sua Igreja, julgamos sumamente conveniente que o povo cristão se habitue a invocar com singular devoção e confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, o seu castíssimo esposo São José: temos motivos particulares para crer que seja isto aceito e agradável ? própria Virgem.

E, a respeito desse assunto, do qual pela primeira vez tratamos em público, bem conhecemos que a piedade do povo cristão não só é favorável, mas tem progredido também por iniciativa própria; pois vemos já gradativamente promovido e estendido o culto de São José por zelo dos Romanos Pontífices, nas épocas anteriores, universalmente aumentado e com indubitável incremento nestes últimos tempos, em especial depois que Pio IX, nosso antecessor de feliz memória, declarou às súplicas de muitos bispos, Padroeiro da Igreja Católica o Santíssimo Patriarca.
Não obstante, por ser muito necessário que seu culto lance raízes nas instituições católicas e nos costumes, queremos que o povo cristão receba, antes de tudo, de nossa voz e autoridade novo estímulo\'.
Vemos assim que, nas horas mais difíceis de sua caminhada a Igreja sempre recorre à Sua Mãe Santíssima, que nunca a desamparou; e, em seguida ao seu esposo castíssimo São José.

JOSÉ NO BERÇO DA IGREJA NASCENTE
E Leão XIII explica as razões da grandeza de São José por \'ser ele esposo de Maria e pai adotivo de Jesus\'. \'Daí derivou toda a sua grandeza, graça, santidade e glória.
É certo que a dignidade de Mãe de Deus se eleva tão alto que nada existe de mais sublime.
Mas, porque entre a bem-aventurada Virgem e José estreitou-se o laço conjugal, não é possível duvidar que da altíssima dignidade, pela qual a Mãe de Deus é imensamente superior a todas as criaturas, ele se aproximou mais que qualquer outro.
Pois o conúbio é a máxima sociedade e amizade, à qual se une a comunhão dos bens. Por essa razão, se Deus deu à Virgem, como esposo, José, Ele o deu não só para companheiro de vida, testemunha da virgindade e tutor da honestidade, mas também para que participasse, por meio do vínculo conjugal, de sua excelsa grandeza\'.
\'Assim ele sobressai entre todos pela augusta dignidade, porque foi, por divina disposição, Custódio, e aos olhos dos homens, pai do Filho de Deus. Donde se seguia que o Verbo de Deus modestamente se sujeitava a José, obedecia-lhe, prestava-lhe honra e reverências devidas pelos filhos a seus pais\'.
E o Papa destaca a missão que Deus confiou a José: \'Ora, a casa divina que José, quase com pátrio poder, governava, era o berço da Igreja nascente. A Virgem Santíssima, por ser Mãe de Jesus Cristo, e também Mãe de todos os cristãos, por Ela gerados em meio ? s atrocíssimas penas do Redentor no Calvário; como Jesus Cristo é, de certo modo o primogênito dos cristãos, seus irmãos por adoção e redenção.
Daí resulta ser confiada, de modo especial, ao Beatíssimo Patriarca a multidão dos cristãos, da qual se compõe a Igreja, isto é, a inúmera família espalhada por todo o mundo e sobre o qual tem, como esposo da Virgem e pai adotivo de Jesus Cristo, uma autoridade paterna.
É pois conveniente e sumamente digno para o bem-aventurado José que, assim como costumava proteger santamente em todo o evento a família de Nazaré, agora assista e defenda, com seu celeste patrocínio, a Igreja de Cristo\'.
 

NECESSIDADE DA DEVOÇÃO A SÃO JOSÉ
Em 25/07/1920, no 50º aniversário da proclamação do Patriarca São José como Padroeiro da Igreja Universal, por Pio IX, em 1870, o Papa Bento XV ratificou a necessidade da devoção a São José.
Assim se expressou Bento XV:
\'Se considerarmos as hodiernas calamidades que afligem o gênero humano, torna-se mais evidente ainda a oportunidade de intensificar o tal culto [ a São José] e difundí-lo ainda mais entre o povo cristão\'.
\'Nós, com grande solicitude, lhes propomos de modo particular São José, que o sigam como guia especial e o honrem como celeste Padroeiro\'. \'Assim florescendo a devoção dos fiéis a São José, aumentará também, como necessária consequência, o culto ? Sagrada Família de Nazaré, da qual foi o augusto Chefe, jorrando estas duas devoções espontaneamente uma da outra. Por São José vamos diretamente a Maria, e por Maria à fonte de toda a santidade, Jesus Cristo, que consagrou as virtudes domésticas com a sua obediência a São José e Maria\'.
\'Nós portanto, cheios de confiança no patrocínio dAquele, a cuja providente vigilância Deus se comprazeu em confiar a custódia do seu Unigênito Encarnado e da Virgem Santíssima, vivamente exortamos a todos os Bispos do orbe católico, para que, em tempos tão tormentosos para a Igreja, induzam os fiéis a implorar com maior empenho, o poderoso auxílio de São José. E sendo várias as formas aprovadas por esta Sé Apostólica para venerar o Santo Patriarca, especialmente em todas as quartas-feiras do ano e do mês inteiro que lhe é consagrado [março], queremos que, à instância de cada Bispo, todas estas devoções sejam praticadas em toda diocese, na medida do possível.
Mas de modo particular, por ser Ele merecidamente considerado como o mais eficaz Protetor dos moribundos, tendo expirado com a assistência de Jesus e de Maria, os Pastores terão o cuidado de inculcar e favorecer, com todo o prestígio de sua autoridade, as Pias Associações instituídas para rogar a São José em favor dos moribundos, como a da \'Boa Morte\', do \'Trânsito de São José pelos agonizantes de cada dia\'.\'
Vemos assim como a Igreja tem em alta conta a proteção intercessora de São José.
Hoje a Igreja vive os mesmos tempos difíceis que levaram Pio IX, Leão XIII e Bento XV a invocarem São José com tanta confiança e necessidade. Mais do que antes a fé está ameaçada pelo racionalismo, relativismo moral e religioso, permissividade sexual, proliferação das seitas, falsas religiões - especialmente as de origem oriental e a Nova Era.

MEU TESTEMUNHO:
Há uns tempos atrás eu recebi de uma amiga um folder, com a imagem e orações para São José, como eu nunca havia rezado para São José guardei na bolsa.
Mas comecei a prestar atenção no que eu falava depois de cada dezena do terço:
Jesus, Maria e José minha família vossa é !
Então passei a me questionar: Porquê não tenho devoção com aquele que teve o Mérito de ser \"O Pai Adotivo de Jesus\" ?
Pensei também, na grande felicidade de carregar o menino Jesus nos braços!
Pensei também, na grande tristeza de Jesus quando o amparou em seu leito de morte!
De quebra, ainda lembrei da humildade de sua profissão: Carpinteiro !
Mas com dignidade suficiente para ser o Pai de Deus Encarnado!
Como louvar e pedir para a Sagrada Família, se só dava atenção e Jesus e Maria?
Então lembrei daquele folder que \"Dona Lindacy\" havia me dado e passei a fazer as orações.
No principio rezava apenas uma, depois passei a rezar todas.
Vocês nem podem imaginar as graças que alcancei- e alcanço - com estas orações !
Louvado seja Deus!
Artemísia