O QUE NOS ESPERA NO ALÉM MORTE?

Não é sensato imaginarmos que nossa existência seja finita. O nada absoluto como desígnio ao ser humano após sua morte atenta contra a existência de Deus. Nosso Criador tem um plano eterno para toda a humanidade. Ele nos dotou de uma alma de natureza espiritual que se desprende do corpo no momento da morte e que dará continuidade à nossa existência.

Na realidade, todas as almas existirão eternamente. Algumas passarão o seu existir eternamente afastadas de Deus enquanto outras estarão eternamente juntas de Deus. O que devemos buscar então é a vida eterna junto de Deus, pois, o afastamento eterno de Deus é o que caracteriza o inferno. Vale aqui ressaltar que é definitiva a destinação última da alma. Se ela for digna de ir à presença de Deus, ela assim estará eternamente. Se ela for indigna, estará para sempre impossibilitada de ir em algum momento à presença do Pai. Ou seja: Não há conversão após a morte.

Mas o que é "eterno"? É certo que nossa limitação humana não nos dá a capacidade necessária para entender plenamente o que acontece na eternidade. Deus é eterno. Sempre existiu e sempre existirá. Ele também quer a nossa existência para sempre ao seu lado. Esta designação de Deus deve bastar para ser humano. Não se deve ir além. Não se chegará ao entendimento pleno desse mistério ainda que se empreenda o maior dos esforços. Exercite sua fé e acolha esta verdade que Deus te propõe.

Jesus foi quem conquistou a vida eterna pra nós. Nossa natureza ficou essencialmente abalada com a opção pelo pecado praticada livremente por nossos primeiros pais. Foi com a intervenção divina compreendida pelo acontecimento de Cristo na história da humanidade que a pessoa humana se tornou capaz da vida eterna com Deus.

A MORTE NÃO ANIQUILA A PESSOA


O início da existência de um ser humano não se dá apenas em conseqüência da união do espermatozóide com o óvulo dando origem ao embrião. Dotado de propriedades materiais, o embrião já é potencialmente um corpo em desenvolvimento. Mas esse novo ser, já formado por um corpo material não deve sua existência somente ao ato procriador de seus pais. A participação de Deus na origem de uma nova vida não se resume ? capacidade de procriar dada por Ele aos genitores. Os pais são instrumentos de Deus para que esse novo ser venha a assumir uma forma material, enquanto o próprio Deus infunde nesse novo ser uma alma no momento da formação do embrião.

A origem da vida está em Deus. Esta vida que surge não compreende apenas um corpo. DEUS NÃO CRIA UM CORPO, DEUS CRIA UMA PESSOA e, como tal, é dotada de CORPO e ALMA (matéria e espírito). Por isso podemos dizer com convicção que, com a morte, a pessoa não se aniquila. A morte só atinge o nosso corpo material e a pessoa passa então a viver numa realidade estritamente espiritual.
UMA PESSOA NÃO É COMPOSTA SÓ DE CORPO, MAS DE CORPO E ALMA.

Na nossa visão material podemos ilustrar o seguinte:

ANTES DA MORTE >

PESSOA INTEIRA = CORPO + ALMA

DEPOIS DA MORTE >

PESSOA INTEIRA = ALMA

Acerca disso, uma verdade de fé nos é apresentada pela Igreja para quando da consumação dos tempos: A RESSUREIÇÃO DOS MORTOS - Nossos corpos, revestidos de glória (e não mais suscetíveis ao tempo e ao espaço) se unirão às nossas almas para assim estarem na eternidade.

NA ETERNIDADE (APÓS O JUIZO FINAL) >

PESSOA INTEIRA = CORPO GLORIOSO + ALMA

O que mantém o corpo vivente é a alma. A alma é então a essência da vida da pessoa.

Muitos recusam aceitar essa essência de vida na alma da pessoa diante da realidade inegável de um cadáver.

QUATRO ANALOGIAS PARA ILUSTRAR

Podemos utilizar simbólicas, ainda que grosseiramente análogas, para ilustrar a realidade da existência da pessoa após a morte.

1. Quando se viu os primeiros foguetes tripulados irem ao espaço, viu-se que cada nave que era lançada ao espaço ia se decompondo em etapas e prosseguindo a missão indo adiante apenas a "essência" daquele foguete. Era composto de módulos que formavam um só todo e tendo apenas a cápsula ou ogiva, que era o compartimento dos astronautas, como a sua essência. Durante a viagem os tanques de combustíveis se esvaziavam e eram desagregados do conjunto. Os módulos eram deixados para trás na etapa programada, de modo que, ao retornar à terra, o foguete estava resumido à sua essência: a cápsula dos astronautas, a qual descia mansamente no mar amortecida por um pára-quedas. O resto do conjunto da nave, tendo cumprindo sua missão, havia ficado para trás.

2. A lagarta em sua metamorfose deixa para trás o seu casulo, aquela casca que a prendia na sua antiga realidade de lagarta, para assumir sua nova forma de existir, sendo agora uma borboleta. Vislumbra ela agora a capacidade de voar, coisa que não dispunha quando ainda era lagarta. Essa borboleta é em sua essência a mesma lagarta, porém, agora, provando de uma nova realidade.

3. Por razões que não imaginamos deva vir a acontecer, mas pela evolução das ciências médicas podemos crer na possibilidade de um dia se conseguir isolar tão somente um tronco cerebral e os órgãos vitais de alguém que assim ainda se manterá vivo com o auxílio de máquinas. Aquele "casulo humano" que possa ser ficado para trás (massa esquelética e pele que montam uma aparência externa) pode até aparentar um ser completo, porém, sua essência vital está no tronco cerebral.

4. Houve alguém que um dia escreveu um bilhete, colocou-o em uma garrafa, fechando-a e lançando-a ao mar no intuito de transmitir alguma mensagem a alguém. A pessoa que encontrou a garrafa abriu-a, retirou o bilhete, leu a mensagem e, jogando o bilhete nas águas do mar, viu aquele papel se desfazer. A essência da mensagem não se prendeu às coisas materiais e atingiu seu objetivo.

Nos três primeiros exemplos podemos relutar e apontar algo material que restou formando a essência do objeto: A cápsula, a borboleta, o tronco cerebral. Mas na última analogia se constata indefectivelmente que o conjunto material do objeto se desfez por completo, ou seja, a garrafa e o papel, após cumprirem sua missão, ficaram para trás, mas a mensagem em si que alguém quis transmitir foi levada adiante e adentrou o entendimento de outra pessoa, após ter se utilizado de coisas materiais.

Tais tentativas quis expor aqui apenas por sugestão para que o leitor possa abrir-se ao entendimento de que a alma, essência da pessoa, passa adiante na existência da pessoa após sua morte, tendo o corpo ficado para trás.
 

Claudiomar Filho