A Santa Madre Igreja é portadora do testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em Maria, Mãe de Deus, ela está diante do nosso olhar, aceitando com São João a determinação de Jesus, eternamente válida: ”Eis a tua Mãe - eis o teu filho!” daí a expressão “Madre Igreja”. Misteriosamente é Ela, ao mesmo tempo, Filha, Esposa e Mãe: a Nova - Aliança de Deus Pai com os seus filhos, aos quais é permitido dizer: “Abba!”. Ela é a Mãe de João, de todos os sacerdotes, de todos os homens. É a Esposa do Senhor, no Espírito, que exclama: “Vem!” Ela é simultaneamente militante, padecente e triunfante. Ela é administradora do tesouro da palavra, da força do Redentor e de todas as graças da Redenção, no seu ministério docente, pastoral e sacerdotal, em todos os tempos e lugares. Ela é a Mãe da Misericórdia, Mãe na estrada da nossa vida. Mãe que nos encobre com Seu largo Manto protetor para estarmos aconchegados.
O princípio da Santa Igreja e o fim da sua atividade terrestre, em sua grandeza espiritual e nas suas dificuldades temporais, estarão, face em face, em igual tamanho. Maria juntará, em Si, o princípio e o fim. Do início da Santa Igreja, de que os Atos dos Apóstolos nos informam, podemos concluir a extensão da fé, da fortaleza e da fidelidade, que será precisa para o fim, e que já em nossos dias, aqui e acolá, nos homens santos nitidamente se manifesta. O ESPÍRITO sopra sobre nós, a Sua Consolação nos envolve; e o que, de certa maneira, podemos captar com a nossa inteligência e os nossos sentidos, são os Seus Anjos. Com a fé que deve ser semelhante a um pilar e armados com a espada da fortaleza e fidelidade, daremos aos Santos Anjos a possibilidade de operar conosco.
A Igreja é o conjunto de todos os que crêem no Verbo, no Redentor; ela é o celeiro das graças, que jamais se esvazia. Ela é a Esposa de Cristo, centenas de vezes coberta de ultrajes pelo mundo, e centenas de vezes ressuscitada da escravidão. A veneração e o santo respeito, que unicamente formam da palavra e da doutrina de Cristo a firme estrutura da Igreja. Sem respeito, já teria roído a crítica todas as suas colunas; porque a fé é uma graça e um mistério. Mas, a graça não se pode experimentar, nem conquistar pelo trabalho, nem forçar, somente solicitar cheio de respeito e receber humildemente.