1° - O telefonema de uma amiga me angustiou
Separada, renunciou a viver com outro homem:
para não desobedecer ao 9º Mandamento;
para poder comungar;
e para poder educar os filhos sobre o 6º e 9º Mandamentos.
Assistindo a um programa da Rede Vida sobre casais em segunda união, ela estava revoltadíssima com os enormes elogios feitos a esse tipo de união; união, como ela disse, dos que “Não aceitaram a Cruz, escolheram ganhar a vida terrena, optaram pela estrada larga, que leva à porta larga.”
Revoltadíssima com a contínua fundação, dentro da Igreja, de associações dessas pessoas que vivem em desobediência ao 9º mandamento e pretendem continuar em desobediência.
Lembrei-me de que vi a mesma coisa em outra TV católica, com uma evangelizadora, infelizmente, dando orientações da cabeça dela, e contrárias à orientação da Igreja...
2º – Em que é que a minha amiga tem razão e em que ela não tem razão?
Vejamos:
Muitos dos nossos irmãos em Cristo vivem em desacordo como o 9º Mandamento.
Eles são tão amados por Cristo e por nós, quanto os que vivem os seus Matrimônios com perfeição.
Mas, nem a eles nem a ninguém, se pode amar mais do que a Cristo, Que é Deus.
Então, há que se lhes dizer a Verdade:
2.1 - A Doutrina pede aos que vivem em desobediência ao 9º mandamento, que se separem: se tiverem filhos, que continuem juntos na mesma casa, mas como irmãos.
Porém, se o casal insistir em viver em desobediência ao 9º Mandamento, podemos até usar a expressão Tudo bem!
Tudo bem, meus queridos irmãos em Cristo: desde que vocês saibam que não se deve querer ter tudo. Tudo bem! Desde que, com Mansidão e Humildade, mesmo que não digam a ninguém, saibam que estão errados, e a Doutrina, certa.
Claro que a Igreja os acolhe de braços abertos, esperando apenas que vocês entendam que não se pode adaptar a Doutrina aos fiéis, os fiéis é que têm que se adaptar à Doutrina. Afinal, a Doutrina Católica não foi inventada pelos homens, mas constitui a Verdade Revelada por Deus aos homens, desde o 1º homem até a morte do último apóstolo.
Com o coração repleto de Mansidão e Humildade, devem compreender que não tem lógica a pressão para se fundarem, dentro da Igreja, associações de pessoas que não pretendem voltar a obedecer à Igreja, mas pretendem, isso sim, continuar desobedecendo.
Com o coração repleto de Mansidão e Humildade, devem ir à Santa Missa, mas sem querer comungar, sem querer fazer leituras, sem querer participar da procissão do Ofertório.
Inclusive para que as pessoas que aceitaram o sacrifício de viverem sozinhos ou sozinhas, não se sintam injustiçadas e fiquem revoltadas.
Inclusive para que as pessoas menos evangelizadas não pensem que a Igreja liberou geral.
Devem participar das festas do calendário litúrgico. Devem rezar o terço, colocar imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria em suas casas, colocar outras imagens sacras, comprar e ouvir cedês da boa música sacra, enfim, ser os melhores católicos que puderem ser. Honestos, competentes em seus trabalhos, preocupados com o próximo.
Com o coração repleto de Mansidão e Humildade, devem procurar ajudar nas Obras de Misericórdia Corporal da Igreja.
Não querer ser catequistas, evangelizadores, palestrantes, pregadores; mas querer, na medida do possível, ajudar também nas Obras de Misericórdia Espiritual da Igreja. Dizemos na medida do possível, porque é difícil, para quem vive em desacordo com qualquer um dos Mandamentos, instruir, corrigir os que erram, dar bom conselho e bom exemplo.
Mas, sempre é possível dizer aos filhos e netos, “Faça o que digo, não faça o que faço.”
2.2 - Uma coisa é, apesar de vivermos em desacordo com qualquer Mandamento, termos Mansidão e Humildade para com a Igreja.
Uma coisa é o evangelizador amar de fato o próximo que vive em desacordo com qualquer Mandamento, ensinando-lhe a Sã Doutrina e evitando a tentação do que o Catecismo chama de Cumplicidade entre Pecadores.
Outra coisa, esta terrível, é vivermos não apenas em desacordo com qualquer Mandamento, mas também sem Mansidão e Humildade, deixando que o Pecado do Orgulho nos leve a acharmos que a Igreja é que está errada.
Outra coisa, também terrível, é o evangelizador amar equivocadamente o próximo que vive em desobediência a qualquer um dos Mandamentos, e se sentir na obrigação de dizer o que esse próximo quer escutar, desprezando a Verdade Revelada por Deus.
Pecadores que somos, não devemos cair na tentação do Pecado do Orgulho e do Pecado da Cumplicidade entre Pecadores: pecados que levam a pressionar a Igreja para que Ela mude a Doutrina.
É o Pecado do Orgulho que nos leva ao aberrante desejo de pecar com o aval da Igreja. E o Pecado da Cumplicidade entre Pecadores afasta de Cristo, a alma do próximo e a nossa.
Infelizmente, temos vários exemplos:
padres casados que tentam formar uma opinião pública antipática à Igreja;
as autodenominadas Católicas pelo Direito de Decidir;
sacerdotes e leigos que, na televisão e na mídia em geral, de alguma forma defendem as relações homossexuais;
etc...
3º – Associações, dentro da Igreja, de pessoas que pretendem continuar em desobediência a qualquer um dos Mandamentos?!...
3.1 - Permitam-me aumentar a letra, para deixar bem clara a Verdade:
Em nenhum momento, a Doutrina da Igreja sugere a fundação de associações para a continuação de desobediência a qualquer um dos mandamentos.
É como se, numa empresa, um grupo de funcionários que desobedecem e pretendem continuar desobedecendo a uma norma correta, fundassem uma associação, dentro dessa empresa, para garantir a continuação de sua desobediência, de sua rebeldia, e ainda tivessem a cumplicidade dos diretores...
Quem ajuda a fundar associações de pessoas que pretendem continuar em desobediência a qualquer um dos mandamentos, comete o Pecado Social (que pode ser mortal ou venial):
sim, temos responsabilidade nos pecados cometidos pelos outros, quando neles cooperamos – participando neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados. (Catecismo 1868).
Quem ajuda a fundar associações de pessoas que pretendem continuar em desobediência a qualquer um dos mandamentos, comete o mesmíssimo Pecado Social que Moisés cometeu quando, cedendo a pressões, autorizou o divórcio. Mas Cristo condenou os pressionadores, dizendo que foi a dureza dos corações deles, que induziu Moisés ao erro.
3.3 – Associações, dentro da Igreja, de pessoas em desobediência a qualquer dos Mandamentos, mas que desejam voltar a obedecer? Ótimo!
Tem absoluta lógica, e a Doutrina da Igreja quer: a fundação de associações de pessoas que pretendem abandonar a desobediência aos Mandamentos. Que pretendem a Conversão. Por ex., pessoas prostituídas, viciadas em drogas, em álcool, etc, que querem abandonar seus vícios. Que querem se converter.
Ana Lígia