O AUXÍLIO DOS SANTOS ANJOS EM NOSSO CAMINHO PARA DEUS

 

Há tantos homens, sem destino e sem plano, que correm pelo mundo como operários avulsos. Estes dizem que não vale a pena começar algo sistemático ou metódico, porque tudo seria anulado. Mas, para cada homem há uma tarefa única: conhecer a DEUS e procurar o caminho para ELE e percorrê-lo. E somente uma mínima parte dos homens pensa nesta finalidade que nunca perde seu valor real, e nunca deixa impreterível, nem por catástrofes, nem por guerras, nem por destruição. Há homens que sequer lembram que tem uma alma imortal, a qual anseia por DEUS: Sua origem; nem se lembram que um dia será exigido deles a prestação de contas: “Que te serve ganhar o mundo inteiro, se perderes a tua alma?”.

No Evangelho o pai de família envia seus servos a convidar os hóspedes para as núpcias do seu filho, assim, o Pai no Céu envia seus Santos Anjos a convidar as almas para o banquete nupcial, celestial do Cordeiro. Muitos são chamados - todos os que têm na sua testa o sinal do santo Batismo. Pois o caminho para o banquete nupcial do céu passa somente pela Santa Igreja. O convite chega a salas de fábricas, quartos de doentes, em salas de aulas, cozinhas ou nos campos.

E aqui, como lá, é a mesma situação: pretextos e mais pretextos! Aqui as condições de existência tomam outro rumo, lá a dependência dos fornecedores de dinheiro e trabalho exige outra atitude, a alegria neste mundo, o instinto, a mentalidade não combinam com o chamamento de vir à Deus.

E por isso são poucos, os que se põe em caminho, o qual muitas vezes é longo e penoso. E mesmo os que se põem no caminho passam tempos de perplexidade e escuridão, revezes e desvios, onde não se sabe e nem pode continuar.

Porém, a Sabedoria de DEUS, pousando como um mistério sobre a criação, deixa Seu Santo Anjo intervir no tempo certo como um sinal de advertência no caminho do homem.

“Pois o Senhor mandou aos Seus Anjos que te guardassem em todos os teus caminhos. Eles te levarão nas palmas das mãos para que não firas o pé numa pedra.” Salmo 90,11-12.

No amor cuidadoso de Deus, Ele dá a cada um dos homens um dos Seus Espíritos bem-aventurados como companheiro de sua jornada nesta terra. Cada um de nós tem o seu Anjo da Guarda pessoal. Assim fala Deus, o Senhor: “Vou enviar um Anjo diante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei” (Ex.23,20). Com estas palavras se descreve também a tarefa de nosso Santo Anjo da Guarda. A meta de nossa jornada terrestre é um domínio que ainda não avistamos. E o Senhor diz que o caminho da Vida é apertado e que são raros os que o encontram (Mateus7, 14). Por isso necessitamos muito de um guia que nos oriente; que chame atenção nos perigos e que nos encoraje quando o ânimo nos quer faltar.

Unicamente a orientação para Deus, como centro do nosso pensamento, desejos e vontade, dá ao homem a capacidade de se encaminhar para Ele juntamente com o Santo Anjo.

O Bom Deus colocou também alguns dos Seus Santos Anjos no meio do caminho de cada um que procura sinceramente a DEUS. Estes Santos Anjos estão onde acontecem os mais tremendos ataques do inimigo maligno. Nossa luta não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as Potestades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais (Efésios 6,12). Poder contra poder disputa a conquista das almas, que muitas vezes, envolvida em trevas, está em perigo de entregar-se à perplexidade e à dúvida, a inquietação e ao desespero, e se estes Santos Anjos não estivessem ao nosso lado, nos socorrendo, nos aconselhando, nos orientando e nos amparando... Certamente o mundo satânico já teria conquistado as almas de todos os homens. Pois apoiados em nós mesmos, seríamos irremediavelmente entregues a um grande número de demônios, que querem arruinar-nos no corpo e na alma.

Pio XII em sua última alocução disse: “nós devemos associar-nos aos Santos Anjos; devemos formar com eles uma família grande e forte por causa dos tempos, que virão sobre nós.”

Em nosso caminho para Deus, Ele colocou o Santo Anjo da força e tenacidade no esforço de vencer obstáculos, ele afasta tudo que é torto. E fala a nós por São João Batista: “Preparai o caminho do Senhor! Endireitai as suas veredas, todo o vale será aterrado, e todo o monte e outeiro serão arrasados! O que for torto tornar-se-á direito, e os caminhos escabrosos serão aplanados. Todo homem verá a Salvação de Deus” (Lucas3, 4-6). Os Anjos são “a voz que brada no deserto”, seguindo todos os homens, atraindo-os e levando-os ao Sacrário, ao Sanatório de todas as doenças, à fonte de saúde para todo o cansaço, à claridade para todas as trevas. Aos nossos olhos deve estar presente também que: devemos preparar o caminho do Senhor, não somente em nosso coração, mas também nos corações dos nossos irmãos, e no mundo. Não podemos perder de vista o Sacrário, ele deve ser o centro de nossa vida, de cada dia, de todos os nossos pensamentos, palavras e obras.

Há homens ansiosos e famintos de Deus que são conduzidos pelo caminho pessoal, embora, este às vezes seja íngreme. Quem quer se atirar para longe, deve manter-se firme, e quem, com a seta do seu amor e da sua ânsia, visa o seu Senhor e Deus, como objetivo único, deve ser capaz de armar o arco da sua alma, senão esta seta deter-se-á no que é terreno e será impedida pelos muitos muros que o homem mesmo, na maioria dos casos, ergueu entre si e o seu objetivo: Deus. É preciso demolir ou sobrevoar os muros da negligência espiritual, do espírito mundano, do egoísmo, da dúvida e do pecado habitual; erguidos por nós mesmos; entre o nosso amor e o Amor de Nosso Senhor e Deus. E poderemos fazer isto somente com o auxílio de Deus e dos Seus Santos Anjos, para que a intensidade do nosso amor, sem impedimento, possa chegar até ao trono de Deus e ali lançar raízes. Para este fim e este caminho Deus nos deu o Anjo da tensão, ele compreende não somente aquela lei natural, mas também a força da alma proveniente da alegria em Deus, do zelo vivo para Deus e da filiação viva em Deus. Esta força da tensão é um valor que não se adquire com agitação ou por presunção, senão pela fé inabalável no auxílio de Deus e da Rainha Celeste. Só com este auxílio poderemos permanecer firmes, atirar para longe e seremos capazes de atingir o Coração de Deus.

Desde sempre, Deus envia Seus Anjos para clamar e despertar a humanidade. A alma humana, em seu caminho para Deus, é um grão de semente. Ela desce no chão, cada vez mais profundamente. O pecado a torna indolente na prática do bem, desgostosa da abnegação, fraca nas tentações do inferno. E por nossos dias, o Bom Deus deixa passar o Santo Anjo com o “poder da palavra de Deus”: “Faça-se!”. A alma escuta na voz despertadora do pregador que lhe tira da sonolência e lhe arranca a máscara de piedosa, e assim que a alma subitamente reconhece a sua nudez, ela se atira no abismo da contrição e volta-se para a graça da renovação que lhe é dada pelo Sacramento da Penitência. E a alma cairá diretamente em Deus, em Sua presença, Seu Amor, Seu Auxílio. A seguir e suavemente, Deus a desprenderá de Si e a entregará ao Anjo Adorador da profundidade, que lhe ensinará a adorar sem desejo próprio; a crer sem exigir provas, baseando simplesmente sobre o fato de que Deus existe. Este Anjo ensinará a alma a esperar sem pressupostos terrestres e até contra toda a esperança, confiando unicamente no “PAI”. A ensinará também a amar, sem contar com qualquer eco, recompensa ou satisfação, de amar simples-e incondicionalmente como amaram Maria, José. Ensinará a lavrar, o campo de Deus com o sangue do seu coração, sem olhar para trás, para verificar o desabrochamento da semente. Lhe ensinará a semear a Palavra de Deus, sem esperar pelo fruto. Lhe ensinará de existir simplesmente por Deus e nada mais.

Isto pode levar dias e mesmo anos – mas tendo chegado aqui, um Anjo estenderá sobre a alma o manto de Maria e a levará para casa.

Deus coloca no caminho do homem um Santo Anjo e este caminha sobre os campos vazios, pobres, frios e desertos dos homens que já colheram não para os celeiros de Deus, mas para si em prazer, pecado e tibieza, enchendo os seus próprios bolsos que tem um buraco em direção ao abismo. O Anjo procura as últimas espigas, as últimas boas obras feitas por medo ao Deus-Juiz, a última procura da Misericórdia Divina, a última espiga que sobrou à velhice e à doença na entrega à Vontade Divina, no último “Meu Jesus, Misericórdia!” nos lábios dos moribundos. Porém é uma espiga de trigo e, diante de Deus, nenhuma palavra, olhar ou pensamento cai no vazio; Deus coloca esta espiga pobre e pequena na balança, e Nossa Senhora põe o Sangue do seu Filho junto, também o seu Coração maternal que intercede, e igualmente todas as obras reparadoras de seus filhos na terra toda. E então, certamente, este Anjo pode recolher para a Casa Paterna no céu esta alma pobre e insignificante, mesmo tendo sido ela a alma de um rico, poderoso ou famoso.

Deus coloca também um outro Anjo que se chama “O mais humilde entre os Anjos”, ele tem como tarefa contar os tesouros dos ricos. Este Anjo está no meio do “arco-íris obscuro” pelos sons esfarrapados das ovelhas perdidas: as que se enredaram em espinhos, por sua “riqueza”, sua afeição ao mundo e às coisas terrenas; que acumulam propriedades, como se pudessem ficar eternamente nesta terra, e que, no entanto, nada podem levar para além da ponte ao outro mundo. Quando, finalmente, chega à hora da tribulação, da morte, estará vazio o alqueire deste Anjo gigantesco, pois para a eternidade contam somente valores eternos. Mas, nesta hora, este Anjo, recolhe os sons angustiosos destas ovelhas desgarradas e leva a sua riqueza em miséria para diante de Deus. E o Senhor, o Bom Pastor, com os seus Sacerdotes e amigos fiéis, vai atrás destas ovelhas, presas nos espinhos dos prazeres mundanos e nas afeições desordenadas pelas coisas terrenas, para reconduzi-las à Casa do Pai. E delas, então, diz o Evangelho: “haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”.

Até mesmo os pagãos, os hereges e ateus, os apóstatas, os cépticos têm um Santo Anjo.

Este Santo Anjo sustenta a Palavra do Senhor: “Tenho compaixão do povo”.

Como “Anjo da vida” ele cuida da vida de todos os que estão nas trevas, cheio de compaixão lhes traz o pão da vida terrestre; ele apela para os Anjos da Guarda dos missionários, a fim de que eles mandem os seus protegidos aos pontos que correm riscos.

Como “Anjo do Amor” ele implora sobre estes infelizes, sem cessar, a Misericórdia, a Paciência e o Amor de Deus que perdoa. Ele mesmo parte para ensinar os ignorantes, para aconselhar aqueles que têm dúvidas.

Como “Adjutor dos apóstolos”, ele transmite a todos os que de Deus foram enviados para estas trevas, a graça do amor forte e disposto para sacrifícios, da esperança inabalável, da doação incondicional, da fidelidade para com Deus, até a última Palavra de Deus e às máximas dadas pela Igreja.

Do triângulo dourado que ele carrega pode-se ouvir o som da essência simples.               

Diz ele: “Ó homem, se tu queres, podes ouvir a DEUS em ti e pela Igreja e os enviados dela, pela criação pura, na hora da necessidade e da morte”. O som é o convite aos hereges e ateus: “ACORDAI!”. Ele é o som aos pagãos: “VINDE!”. Ele é o som aos cépticos: “ESCUTAI!”. Há também uma dependência do homem nessas trevas que o rodeiam, é como se ele fosse mouco e surdo. E tais homens estão na escravidão da desconfiança, muitas vezes mesmo da vingança e da malícia. E só saem de lá com a ajuda deste Santo Anjo, se tiverem boa vontade.

A maior misericórdia de Deus colocou um Santo Anjo tenro e pequeno; considerado por todos os demônios como altamente ridículo e sem importância; que está na loucura da Cruz, e com um jeito extraordinário ele sustenta o contato com as súplicas, gritos de socorro e preces da Igreja e dos irmãos combatentes na terra. Ele apanha no ar as almas caindo diante do abismo e devolve-as ao Santo Anjo da Guarda. É ele, cujas mãos macias de crianças lembram os moribundos impenitentes de sua infância, do colo de sua mãe e das primeiras preces infantis, que sua boca moribunda, então, ainda cochicha... nesta situação desnorteada, encontra ainda o caminho mais veloz para Deus, o lugar mais protegido,para escapar no último momento, como escapa um passarinho da lança do malfeitor... E assim, numa última, sim na última palavra, encontra ainda o caminho para Deus.

Quantas vezes não acontecem na vida, que o homem deixa (sua alma) jogar-se como uma bola nas mãos das forças do mal! Um pequeno passo errado, uma ligeira teimosia, uma fraqueza –não se quer confessá-la, não se quer ceder- e já não se pode retroceder ou voltar para trás; a alma em ziguezague, afasta-se cada vez mais de Deus, chegando no declive. Os homens não se lembram que pode acontecer que a bola sendo lançada longe por aquele que te adula e te fala de vantagens e satisfações na vida “sem que você o note”, poderá passar o último portão diante do inferno, e de lá, detrás deste portão, ninguém mais te poderia buscar.

A alma do homem parece uma bola comparada com a potência gigantesca dos combatentes de cá e de lá. Mas esta bola assemelha-se com todo o globo terrestre e todos os astros, portanto cada alma está debaixo da Cruz do Senhor. O Sangue do Coração de Jesus foi derramado por ela e por ela espera o Pão Sagrado.

E no caminho do homem, eis que o Amor de Deus colocou um Anjo do qual nenhuma alma escapa, esteja ela tropeçando, prestes a cair, ou que se aproxima do abismo que nem bola atirada. Ainda mais uma vez, este Anjo roga e pede: “PARA! Mais um passo e estás perdido eternamente. Agarra-te à Mão Salvadora de DEUS! Crê no Seu Poder auxiliador! Confia na Misericórdia de DEUS! E se os teus pecados tiverem a cor de escarlate, DEUS libertar-te-á e tornar-te-á branco!” E se a alma, levada a última beira, apenas escuta e se abre a graça, ao apelo de DEUS; então o Santo Anjo a agarra, atirando-a que nem o melhor jogador de bola, por sobre os demônios furiosos e novamente abriga a alma no seio da Santa Mãe Igreja, debaixo do manto protetor da Mãe Celeste.

Mas há também o Santo Anjo que representa “as vozes vazias dos que se perderam”, ele é tomado pela tristeza: do Deus-Homem, da Mãe Celeste e da Igreja. Tristeza que eles experimentam pelos que se perderam, tratando-se de homem ou Anjo. Almas que perderam para a eternidade, que agora se encontram nessa situação que elas mesmo escolheram, vozes que silenciaram para sempre e que um dia, foram também filhos de Deus e herdeiros do Céu. Por estes o Sangue do Redentor foi derramado em vão.

O Anjo então cala-se, adora sem falar,ele é o fiel silencioso no lugar dos que emudeceram por sua infidelidade ,diante de Deus!

Ó Santo Anjo que está envolto no manto escuro da Mãe das Dores, que nas esquinas das estradas do mundo, nas estradas estratégicas e nos arrebaldes sinistros, tu possas segurar e ainda salvar as almas cambaleantes ainda no último degrau que as separa dos abismos infernais.

E tu, ó homem, não deixes brincar com tua alma! Ela é de origem real. Será recompensado de modo régio com a bem-aventurança eterna, se salvar tua alma para o Senhor; pois serás do mesmo modo justamente castigado com o inferno eterno, se a perdes e matas.

Devemos ser profundamente agradecidos em saber, que Deus, na Sua bondade e Providência verdadeiramente divinas, colocou Anjos e mais Anjos em nosso caminho para serem nossos irmãos, auxiliares e também portadores de alegria. Sabemos que o caminho para Deus é uma Via-Sacra, mas precisamos lembrar-nos também, que a alegria foi criada por Deus, e que o caminho para Deus é também caminho da alegria.

Os Mistérios de Deus podemos adivinhar só perifericamente, e mesmo Anjos e Santos podem compreendê-los apenas na medida de sua própria capacidade. Claramente, sem nenhum véu, só Deus se conhece a Si mesmo.

E cada Anjo é um ser misterioso em sua espécie ou pessoa e não inteiramente compreensível pelos homens. Mas os Anjos que carregam as grandes propriedades de Deus - a Medida, a Lei e a Verdade de Deus; o Amor, o Temor e a Justiça de Deus; a Sabedoria, a Beleza e a Harmonia de Deus, Seu Poder, Sua Força e Sua Vitória - que para as criaturas, são mistérios nunca desveláveis; esses Anjos são ainda mais misteriosos que muitos outros.

Assim como os homens são tão diferentes, também o são os Santos Anjos. Não podemos representá-los conforme um padrão. Nenhum Anjo se parece com outro.

Há Anjos silenciosos e vivos, radiosos e ardentes, luminosos e escuros, há grandes e pequenos, majestosos e simples.

Quando Deus nos envia Seus Santos Anjos como mensageiros, aparecem eles em figura humana, a fim de que os conheçamos e compreendamos a mensagem de Deus.

Com a razão dizemos que os Anjos são multiformes, mas como seres espirituais, para nós ocultos, pois a sua essência é tão elevada e espantosa que nos esmagaria.

Como espíritos puros e bem-aventurados os Anjos nos envolvem, exortando-nos, dirigindo-nos e levando as nossas preces ao alto. Mas não podemos vê-los com os nossos olhos, nem ouvi-los com os nossos ouvidos terrestres; nem é possível, sentir a mão deles pousar sobre a nossa mão. Deus sabe que desejamos conhecer e compreender mais nitidamente estes nossos Auxiliares Celestes. Mas a Sua Sabedoria requer de nossa parte a fé cega, o amor cego e a confiança cega manifestando-se nisto a Sua Misericórdia para conosco. Respeitamos e escutamos, porventura, os Doutores da Igreja, os Profetas, os Santos? “Bem-aventurados os que não vêem e, contudo, acreditam”, diz o Senhor, colocando a coroa mais bela sobre a fé cega, de preferência à fé e à justificação do saber que obriga.

Embora o reino dos espíritos celestes nos pareça impenetrável e cheio de maravilhas, não atingível pela nossa inteligência, de fato está bem ordenado por Deus e manifesta perfeita medida e regularidade, beleza e harmonia.

Ao Anjo “da visão clara para Deus”, devem-se todos os ensinamentos sobre os Anjos. Por seu intermédio recebe o homem a visão clara para o Reino de Deus. Por este Anjo, o Reino dos espíritos celestes inclinou-se para os homens. Assim lhe devemos a maior gratidão, pois é ele que, segundo a vontade de Deus, para a glória de Deus e por Amor de Deus, apesar da nossa insignificância e miséria, nos permite dirigir sempre novamente um olhar para dentro da glória do Reino de Deus, seja na oração, na meditação ou no “sim” aos desígnios de Deus. O Apocalipse diz, sem pronunciar seu nome, que por ele um monte grande e ardente de fogo será lançado no mar. Isto é a espada dos Anjos, que obriga os homens a se decidirem a favor ou contra Deus.