SANTOS ANJOS DA VIRTUDE

 

O Anjo do Natal: “Creio em Deus Pai Todo Poderoso Criador do Céu e da terra”.

O lema que ele carrega é: “Filius Patris”. Ele há de nos perguntar uma vez assim: “Homem, tu sabes que existe um Filho de Deus? Que este Filho tornou-se homem para ti? Que Ele derramou todo o Seu Sangue a fim de abrir o céu para ti? O que tu tens feito com o Filho de Deus? O que tu tens feito com o sacrossanto mistério do Nascimento de JESUS, com o Santo Natal? Vês tu a avidez dos comerciantes, o pouco valor em todos os objetos religiosos, vês tu como justamente nestes dias os homens se perdem no mundano, em presentes, faxinas, em brigas, cinemas, em embriaguez e concupiscências? Homem, o que fizestes com a Encarnação de CRISTO?”.

O Anjo da Páscoa: “E em Jesus Cristo, Seu único Filho, Nosso Senhor”.

As doze virtudes da Igreja apresentam a resposta da criação santificada, da Igreja, a Deus Uno e Trino em nome dos Anjos, enquanto os doze Apóstolos transmitem a mesma resposta em nome dos homens. Assim também, no céu como na terra, sempre um destes Anjos e um dos Apóstolos formam uma só coluna no edifício da Igreja.

O Apóstolo das gentes, São Paulo, perseguiu Cristo furiosamente, até que, no caminho de Damasco, a palavra do Senhor o acordou da morte espiritual à Ressurreição para Cristo Jesus. Este Anjo parecendo uma coluna forte, tem os pés sobre o Gólgota; mas o seu olhar vai além dos lugares sagrados a todos os lugares da crucificação da Igreja sobre a terra e até para dentro do céu, violentamente aberto, onde a Transfiguração definitiva e o último Júbilo Pascal do Corpo Místico de Cristo ressuscitado não terão mais fim.

O Anjo de Pentecostes: “Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria”.

Ele segura uma taça, na qual ele recebe as chamas do Espírito Santo dos sete grandes Anjos que carregam os Sete Dons do Espírito Santo. E a taça derrama o seu conteúdo sobre toda a Igreja. O Santo Anjo que sustenta esta taça cheia de esplendor está adornado ricamente com a formosura da Santa Mãe Igreja, que abre os braços, para acolher o Espírito Santo. Ele está enfeitado com o brilho dos Santos, que como pedras preciosas, brilhando em todas as cores, adornam a Santa Igreja.

O Anjo dos Sacerdotes: “Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”.

A Santa Igreja é ligada fortemente ao Reino dos Anjos. Este Anjo está orientado para o Deus-Criador e o Senhor fala por intermédio dele ao homem, ao sacerdote: “Vai e vem! Vai sempre de novo à minha vinha, esforça-te, para eu ter lagares cheios. Esforça-te, mesmo que eu desfaça o sucesso diante dos olhos do mundo! Deves encher o meu lagar em pobreza e fidelidade, no amor e na obediência. Veja as partes incultos do meu campo, veja os corações áridos!Toma-Me como Pão e toma Meu Sangue e faça corrê-lo dentro de ti e sobre ti e sobre todos os confiados a ti. Para ti é talento com que deves usurar. Segue ao Meu exemplo, segue ao exemplo de Minha Mãe! Estou com fome e sede e espero por ti.”

O Anjo do Corpo Místico de Cristo: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso”.

Este Anjo leva o poder “Maria, Mãe da Igreja” e ao mesmo tempo é o Anjo do Corpo Místico de Cristo e o fundamento das Pilastras Angulares. Da Igreja militante, combatente e ensangüentada, ele leva o poder nunca extinguível da adoração por Maria. Ele o leva à frente daqueles que a partir do Gólgota até o dia do Juízo, em corrente nunca interrompida, entram pela estreita porta do céu. Eles seguem à luz do Anjo e tem nos seus lábios e no coração o nome de Maria. Maria mesma é a porta do Céu pela qual passam. Somente sobre a força da luz, que brota dos ombros e das mãos deste Anjo “Maria”, apóiam-se as Pilastras Angulares. Pela luz “Maria” e pelo seu poder ileso são fortemente sustentadas até ao último dia.

O Anjo da Estrutura da Santa Igreja: “Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”;

Ele se encontra em cima do rochedo de São Pedro, colocado por Deus, como protetor da Sua Casa, do Seu Tabernáculo na terra. Ele sustém a estrutura da Igreja como alguma coisa que é, imutável, indestrutível. “... una sancta catholica et apostolica ecclesia”. Construída sobre as palavras do Senhor como sobre uma rocha, retumbada pelo inferno, e tem por fundamento doze pobres pescadores, a Casa da Santa Igreja está a crescer e crescerá ao alto até ao último dia, através da escuridão das nuvens chegando ao trono do Altíssimo. Esta construção é a grande Escada Celeste, erguida pelo próprio Senhor para os Seus, com degraus solidamente encaixados, sobre os quais descem os Anjos e sobem os homens com os Seus Anjos. “Íngreme é o caminho” diz o Senhor. No entanto, o Anjo da estrutura da Igreja sustenta esta escada com os seus milhares de Anjos.

O Anjo da Vida Interior da Igreja: “Creio no Espírito Santo”;

No Coro das virtudes, ele é o Anjo da força e da vida interior da Santa Igreja, o Anjo da transformação, que bate à porta dos corações.

Como Anjo do Serviço especial de Maria, ele é o Anjo do coração. Como tal, têm uma tarefa permanente: o incremento da veneração dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria. Sua tarefa móvel: é o fortalecimento daquela fé que está ancorada no coração. Como administração permanente ele tem os lugares de romaria e de graças especiais, como administração móvel, a vida interior da Igreja.

Como Anjo Salvador, ele é o Anjo da consciência. Ele desperta os corações lhes infunde calor e vida.

Como Anjo do Tabernáculo, ele é Anjo da Transformação e chama os homens à meditação e conversão.

O Anjo da Vida Exterior da Igreja: “Na Santa Igreja Católica”.

Representa a vida exterior da Igreja, as suas leis e seus mandamentos, seus costumes e suas festas, como igualmente a vida nas paróquias, igrejas e conventos. Assim ele apresenta-se também ao nosso olhar estando no centro da Casa de Deus, que se ergue sobre ele como uma catedral. Essa catedral foi construída por mãos humanas e, embora apoiada e protegida por Anjos, nela se vê a imperfeição humana nos vidros opacos, flores murchas e utensílios empoeirados. Somente lá, onde a vida exterior, deixando todo o conforto, se perde em pobreza e perseguição, ali brilham as chamas altas e luzentes do sacrifício, florescem diariamente novas e maravilhosas flores. Lá se ergue a Cruz do Gólgota como um sol resplandecente, inundando espaço e tempo. A vida da Igreja também exteriormente se coordena a Cruz. Este Anjo está junto a esta Cruz em nome de Maria, Mãe de todos os homens, mas igualmente em nome de São João e de todos os membros do Corpo Místico de Cristo.

O Anjo da Consagração: “Na Comunhão dos Santos”.

A Santa Igreja é o grandioso centro de salvação e de graças da terra. Este Anjo sustém o poder dos santos Sacramentos, das bênçãos e Ordens sacras. O poder da Santa Igreja na terra é semelhante ao servo no campo no qual o inimigo semeia noite por noite a cizânia. E o servo trabalha no suor do seu rosto. Ele sabe da indestrutibilidade da Igreja, e do orvalho de graças sobre o campo, mas ele deve empenhar-se muito para firmar-se com o escudo da fidelidade. Seu trabalho está sob o símbolo da Cruz, que para o mundo é loucura e escândalo. E o poder dos santos Sacramentos está na “fraqueza” do Pão eucarístico, do qual ninguém suspeita que ele é a fonte da indestrutibilidade e da invencibilidade. Deus colocou o sacerdote como protetor deste Pão Santíssimo e servo dentro de Sua Igreja. “Pão” são todos os santos Sacramentos e meios de graças como alimento da alma. O Sacerdote é acolitado pelo Anjo. O Anjo haure com seu poder das fontes de graças divinas: fontes de vida, da força e do amor. O sacerdote, entretanto, liga e desliga, na força da palavra, os homens e os conduz na Santa Igreja ao encontro de Deus. O Anjo da Consagração traz a palavra do Senhor dirigida à humanidade surda: “Epheta!” – abre-te para Deus!

O Anjo dos Lugares Sagrados: “Na remissão dos pecados”.

Este Anjo é chamado três vezes e a cada vez ele traz um livro.

A primeira vez traz um livro para introduzir o seu tutelado na santidade dos lugares da terra, das Igrejas, dos Mosteiros, das capelas e ermidas, de todos os Tabernáculos, mas também das enfermarias e casas mortuárias.

A segunda vez ele traz o livro sobre todo o deve e haver do seu protegido, e todos os lugares santos na vida desse homem, através deste Anjo, serão intercessores ou acusadores.

A terceira vez, finalmente, está ele presente em todo o poder, no poder sete vezes reforçado dos tempos finais, e apresenta o livro de contas, que patenteia culpas e penitências e todas as boas obras da humanidade.

Aí cada lugar profanado será lembrado, cada altar coberto de poeira, cada tabernáculo esquecido. E quem julgar fraco esse Anjo dos lugares sagrados, porque ele é silencioso como seu Senhor no Pão, porque não se defende, - no dia das contas tremerá diante deste servo fiel do Senhor, a cujos olhos calmos e vigilantes nada escapou.

Ele é Anjo do Amor e conclama o Anjo do poder milagroso principalmente sobre os lugares consagrados a Maria. É Anjo da vida; aqui ele representa a indestrutibilidade da Igreja - até ao fim do mundo haverá lugares sagrados. É Anjo da palavra, e acompanha o seu Senhor na loucura da Cruz, sob o escárnio dos homens até o fim dos tempos. Em cada um dos lugares sagrados, ele nos lembra que pensemos primeiro em Nosso Senhor e demos honra a Ele, e só depois apreciemos obras de arte e pessoas. Admoesta-nos a viver sempre na presença do Senhor e nunca afastar Dele o nosso olhar, de envolver o Senhor como tabernáculo de amor.

O Anjo dos Estados de Vida: “Na ressurreição da carne”.

Ele é o Anjo de todas as categorias, fundadas em Deus, que em Sua volta se concentram. É Anjo da vida, deixando as categorias do povo cristão na Igreja crescer e amadurecer semelhante a um campo de espigas embaixo do sol. É sua tarefa encher o celeiro do Senhor no tempo oportuno. Ele é Anjo da Palavra; pois somente a Palavra do Senhor que organiza e fomenta estas categorias cristãs: matrimonial e celibatária, a dos monges, operárias cristãs, professores, doentes e centenas de outras. É Anjo do Amor, pois é semelhante a uma mãe solícita, ele estende o manto protetor de Maria sobre todos os que lhe são confiados. Ele conhece todas as necessidades deles e as leva diante do trono de Deus.

O Anjo dos Tempos: “Na vida eterna”.

Tudo quanto a Igreja ligar na terra, ficará ligado nos Céus, e tudo quanto desligar na terra, será desligado nos céus. Os tempos sagrados da Igreja sobre a terra, são festejados simultaneamente diante do trono do Altíssimo, como um reflexo celestial. Assim constituem os tempos sagrados um poder tanto na terra como no céu. Até minutos são decursos de tempo! Quão alegremente se festeja no céu o “Ego te absolvo” sacerdotal sobre um pecador arrependido. Que santo silencio reina no céu, quando sobre a terra se toca o sino à Elevação! Nós conhecemos o poder do Natal festivo, da Missa da meia-noite, que comove até os católicos mais afastados. Conhecemos também a impressão causada pela Semana Santa e pelo Júbilo Pascal, que se celebram em todo o mundo civilizado de alguma forma, às vezes até deturpada. O Santo Anjo do Poder dos Tempos Sagrados unido ao poder dos lugares e estados santos, faz a Santa Igreja estar bem estruturada diante dos nossos olhos e “as portas do inferno nada poderão contra ela”.